segunda-feira, 28 de setembro de 2009

PAISAGENS PANORÂMICAS













1 comentário:

  1. Post-Scriptum 1:
    Outra vez acendera um cigarro.
    Outra vez à janela.
    Outra vez pensara nela,
    e na última prova.
    Outra vez deglutira
    a metade do forçoso comprimido.
    A véspera fora festa rija:
    Incendiava-se o dividido fuel.
    O mundo tornava-se incomportável.
    Como sair?
    Se só restavam ilusórias seguranças.
    Tais como janela, cigarro,
    algum inesperado encontro,
    água por filtros purificada,
    ar ventando,
    de ignorado lugarejo.
    Donde infamemente renovava?
    Respirar, agasalhar, vestir,
    aguardar o alvorecer:
    O instante idealizado:
    Indiferença,
    e não ter que pesar,
    ao esclarecer soalheiro,
    a silêncio,
    brandura,
    sentimento.
    Despertar maravilhas;
    olhares crescendo,
    barba feita,
    cara a dar;
    pobreza, abandono,
    recôndito provento;
    fome,
    divinização,
    água;
    pão,
    vinho,
    mudez.
    Noite ante a janela,
    lidas, rotinas,
    paradoxalmente
    até à liberdade:
    Febre, suor frio,
    esparguete, fim roído.
    Beijos sumidos,
    miudinha chuva
    sobre a chapa do carro.
    Até logo!
    Barrenta
    a rampa,
    o convento,
    a cerca,
    terra semeada,
    irmãzinhas afadigadas:
    Tudo lento,
    pleno,
    da memória.
    Evasão, ilusão,
    perpetuar
    o vasto sol do dia;
    paisagens arruinadas,
    por fogo batidas.
    O deslizar da esferográfica
    na completude,
    a remar a vento agreste,
    a ondas e marés,
    estridentando luzes e sons.
    Gola puxada à gabardina,
    um nó à cintura,
    e Celeste,
    igual,
    ante imprevisíveis emboscadas,
    resina d’instantes.
    A Leste do Paraíso…
    Lembras?
    O filme não,
    o livro li há muito.
    ‘Jesus is a soul man!’
    O mais violento e manso
    dos humanos…
    O coração vazio, a alegria.
    Fugir até à cidade.
    Que é apenas teu,
    que, entre casa e rua,
    não houvesses estragado?
    Redizes Aleluia?
    Teus beijos, colombina…
    Sorrisos, reencontro…
    Blue-jeans rafadas, sonido…
    As flores alumiam;
    engrinaldam-se trepadeiras;
    pássaros cantam
    o raiar da alegria quente.
    Cresce
    O Sinal!
    Um Te inquiriu
    se eras Rei.
    Tu o disseste,
    respondesTe,
    a chaga Tua viva,
    à Jerusalém Sem Fim.
    Na evocação
    mais firme
    dO Teu Nome,
    subo escadas;
    e ouço: Nega-te! Ama!
    Matar com sono obsessões.
    ‘Um silêncio,
    com estrelas aparece,
    pra lá da desolação…’
    Um anjo desagrilhoou Pedro;
    aspérrimo luzeiro fero
    sacudindo-o o livrou.

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