sábado, 23 de julho de 2011

DESCRIÇÃO

VILARES DA VILARIÇA: Distando cerca de doze quilómetros da sede do concelho, Vilares da Vilariça, (que tem 328 eleitores) situa se na parte superior do riquíssimo vale da Vilariça, facto que permite excelentes produções de vinho (parte da freguesia ainda está incluída na região do vinho generoso do Douro) e azeite, bem como uma importante produção frutícola. A origem desta localidade, antigamente dividida em duas (Vilares de Cima e Vilares de Baixo) remonta ao período suevo e foi posteriormente povoada. O seu nome está também ligado à lenda dos Cavaleiros das Esporas Douradas. A "terra" de Vilariça, muito ampla e que posteriormente se iria fragmentar e dividir em pequenos territórios pequenas freguesias teve a sua sucessora na paróquia de Santa Comba. Antes disso, porém, D. Pedro Fernandes, um nobre local, iria doar a região de Vilariça ao mosteiro de Bouro, que doravante ficou com a sua posse. Juntamente com a paróquia de santa Comba, eram doadas as freguesias de Colmeais e Vilar de Baixo e de Cima. Ainda hoje, e de forma definitiva desde o século XVIII, a freguesia compreende os três pequenos lugares. O orago, inicialmente de Santa Comba, foi substituído por Santa Catarina, que era o do lugar de Vilares de Cima. Curiosa é a exclamação do abade de Miragaia, autor dos dois últimos volumes do "Portugal Antigo e Moderno" (por morte de Augusto Pinho Leal), em relação a esta relativamente confusa movimentação administrativa da freguesia: "Valhanos a Senhora do Monte do Carmo!". A igreja paroquial de Vilares da Vilariça merece nos destaque sobretudo pelo seu espólio. Deste, o elemento mais importante é uma cruz das almas, em cobre, do século XV Provavelmente, deverá ser o mais antigo elemento processional de todo o concelho de Alfândega da Fé. Conforme descreve Fernando Pereira, em "Ourivesaria Religiosa do Concelho de Alfândega da Fé", "é uma cruz de braços rectos, interrompidos no seu ponto central por expansões (que em peças de prata desta época serão quadrifoliadas) e com terminações flordelizadas. Este desenho, arvoriforme, é identificado com o madeiro onde Cristo foi crucificado". A única decoração existente, para além da própria estrutura, é conseguida à base de círculos (cabeças de prego). O Cristo é um bom trabalho escultórico, usa um pano de pureza cobrindo lhe praticamente toda a perna. Este tipo de cruzes divulgou se bastante pela zona e são conhecidas por "Cruzes das Almas". Referência ainda para uma custódia existente na igreja paroquial. Mais recente do que a cruz atrás mencionada, (séc. XVII) é em prata e mede cinquenta e seis centímetros de altura, por doze e meio de largura. Semelhante a muitas desta região, pode ser utilizada como custódia e também como cálice, daí o facto de ter os dois nomes. A igreja possui ainda quatro altares em boa talha e em bom estado de conservação. Em Vilares da Vilariça existe um núcleo habitacional antigo que está a ser objecto de recuperação e que inclui a área onde se localiza o cruzeiro e uma das casas brasonadas. Um destes brasões pertenceu à família dos Távora. A capela de Nossa senhora do Socorro fica na encosta sul da Serra de Bornes, a cerca de dois quilómetros e dali se avista todo o Vale da Vilariça, até ao rio Douro. Na zona fica igualmente a Fraga dos Mouros, espécie de gruta cavada no granito que segundo a tradição serviu de refúgio. A zona da Barragem é um local de interesse turístico, sendo permitida a pesca desportiva. Realizam se festas em honra de S. João, a 24 de Junho e de Nossa Senhora do Socorro, a 14 de Agosto. Dr. Francisco José Lopes, Abril de 2002
In iii volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses,

LENDA DOS CAVALEIROS DAS ESPORAS DOURADAS, OU DO TRIBUTO DAS DONZELAS

Tanto quanto pudemos apurar, esta lenda (e o tributo das donzelas), tem sido referida em várias publicações como "Santuário Mariano", "Monarchia Lusitana" de frei Bernardo de Brito, na "Chorographia" do Padre Carvalho da Costa, no "Dicionário Geográfico" do Padre Luís Cardoso e posteriormente referida em publicações mais recentes, com uma ou as duas designações acima identificadas. Recentemente foi ainda publicado pela Câmara Municipal de Alfândega da Fé um romance inédito (em termos de livro) de João Baptista Vilares, cujo tema é esta lenda. A Lenda dos Cavaleiros das Esporas Douradas, ou do Tributo das Donzelas pode resumir se da seguinte forma: no tempo do domínio muçulmano existia um mouro que, a partir do castelo do monte carrascal, próximo da actual localidade de Chacim (que já foi vila e hoje pertence ao concelho de Macedo de Cavaleiros) dominava toda a região, incluindo as gentes de Castro Vicente (que também já foi vila e hoje pertence ao concelho de Mogadouro) e as de Alfândega e como feudo exigia às populações a entrega de um determinado número de donzelas. Revoltados com este "tributo de donzelas", os moradores de Alfândega e seu concelho (nomeadamente Vilares da Vilariça) reagiram com armas, tendo os seus "Cavaleiros das Esporas Douradas" organizado uma investida contra o mouro, apoiados pelos de Castro Vicente. A batalha entre as duas partes ocorreu próximo do castelo do mouro; apesar de aguerridos os cristãos começaram por ter dificuldade em vencer as hostes muçulmanas e estavam prestes a perder a luta, tantos eram já os mortos e os feridos; entretanto, apareceu Nossa Senhora, que foi reanimando os mortos e curando os vivos, passando lhes um ramo de bálsamo que trazia na mão; à medida que o grupo dos cristãos se foi recompondo a peleja aumentou de intensidade e os muçulmanos foram completamente rechaçados terminando assim a obrigatoriedade daquele tributo. No local construiu-se uma capela em homenagem a Nossa Senhora de Bálsamo na Mão, hoje o santuário de Balsemão; o local de tão grande chacina deu origem a Chacim, localidade que haveria de ser sede de concelho até meados do século XIX; e Alfândega, graças à valentia dos seus cavaleiros, em nome da fé cristã, passou a designar se Alfândega da Fé. Relativamente a esta lenda e para explicar a existência dos cavaleiros, o Padre Manuel Pessanha sugere que Alfândega da Fé tenha sido sede de uma ordem militar, "antiga, anonyma, muito anterior aos templários, e mesmo a qualquer ordem militar conhecida"3 com cerca de duzentos membros. Na realidade o Padre Carvalho da Costa, na sua "Chorographia", refere a existência de duzentos cavaleiros, mas o Padre Luís Cardoso, no "Dicionário Geográfico", refere apenas 25. Entretanto, não deve excluir se a possibilidade de o imaginário popular ter encontrado na Ordem de Malta a ideia dos cavaleiros. Um estudo recente de Belarmino Afonso refere que a igreja de Malta pertenceu àquela Ordem desde D. Sancho I, o que nos leva para o século XII. Ora, como a carta de foral de D. Dinis já identifica Alfândega da Fé como vila e possuindo castelo, é de admitir que o concelho já existisse anteriormente com esse nome, pelo que a lenda só teria sentido se fosse ainda mais antiga, uma vez que os acontecimentos nela contidos servem sobretudo para explicar o "da Fé". Ou seja, esta lenda pode muito bem ser anterior à própria nacionalidade e transformar se num elemento de estudo que comprove o papel que esta vila teve durante o domínio muçulmano nesta região.

DESCRIÇÃO

Vilares de Vilariça situa-se no extremo ocidental do concelho de Alfândega da Fé, no limite com o vizinho município de Vila Flor. Ao longo da sua história, foi a polarizadora de uma vasta região. Chegou a ter mais importância do que a própria vila de Alfândega da Fé. O nome da freguesia é proveniente do estabelecimento, durante a época da fundação da Nacionalidade, de alguns "vilares" no seu território, núcleos de povoadores independentes. A "terra" de Vilariça, muito ampla e que posteriormente se iria fragmentar e dividir em pequenos territórios - pequenas freguesias - teve a sua sucessora na paróquia de Santa Comba. Antes disso, porém, D. Pedro Fernandes iria doar a região de Vilariça ao mosteiro de Bouro, que a partir daí ficou com a sua posse. Juntamente com a paróquia de Santa Comba, eram doadas as freguesias de Colmeias e Vilar de Baixo e de Cima. Em termos de património edificado, merece destaque a Igreja Paroquial de Vilares de Vilariça, Do seu espólio, realça-se uma cruz das almas, em cobre, quatrocentista. Deve ser o mais antigo elemento processional de todo o concelho de Alfândega da Fé. É uma cruz de braços rectos, interrompidos no seu ponto central por expansões quadrifoliadas e terminadas em flor-de-lis. O desenho é arvoriforme e faz lembrar a cruz onde Jesus Cristo foi crucificado. A sua imagem na cruz é um bom trabalho de escultura.

DADOS GERAIS

DADOS GERAIS
Padroeira:- Santa Catarina
Gastronomia:- Folar da Páscoa, sopas de segada e casulas secas, etc.
População Residente:- 314 habitantes
Área da Freguesia: - 14,5 km2
Actividades Económicas:- A sua localização geográfica faz dela terreno extremamente fértil para a agricultura, destacando-se a produção de azeite, vinho, frutícolas e hortícolas.
Movimento Associativo:- Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Vilares de Vilariça.- Comissão Fabriqueira de Vilares de Vilariça.
Fauna:- Coelho, lebre, perdiz, raposa, javali, etc.
Flora:- Oliveira, sobreiro, amendoeira, e diversas árvores de fruto.
Locais de Interesse Turístico:- Miradouro de Na. Senhora do Socorro.- Serra de Bornes.- Barragem da Burga.
Lugares da Freguesia: - Colmeais

DESCRIÇÃO

Casas antigas e características únicas

Vilares da Vilariça: a beleza a meio do vale

A paisagem prolonga-se até onde a vista permitir. São quilómetros de extensão preenchidos por retalhos de terra de várias cores e feitios que só o Vale da Vilariça pode oferecer.Descendo o troço que parte da Estrada Nacional 102 em direcção a Vilares da Vilariça, começa a desenhar-se uma das localidades mais peculiares da região. A calma transmitida pelas águas da Barragem da Burga debate-se com a beleza do conjunto de casas que, vistas de perto, apresentam características verdadeiramente únicas. Este conjunto habitacional antigo é um dos principais cartões de visita daquela freguesia que dista cerca de 12 quilómetros da sede de concelho, Alfândega da Fé. Com o esplendor do Vale da Vilariça e da albufeira, que atrai vários turistas, a seus pés, Vilares da Vilariça oferece uma visita por ruas e ruelas verdadeiramente inesquecíveis. Apesar da avançada idade das suas casas, a sua impecável conservação transporta os curiosos até outras épocas, em que o granito e as varandas em ferro forjado e madeira eram os principais materiais utilizados na construção de edifícios. Assim, entre as ruelas é possível ver casas brasonadas, como a que pertenceu à família dos Távora, enquanto se avistam fontes ou um cruzeiro, sempre com um olhar sobre a riqueza do Vale da Vilariça. Cada rua, devidamente assinalada com placas típicas do concelho, tem um nome característico e bastante peculiar, como Rua do Canto ou do Fragão, que nos leva a questionar o porquê destas denominações. Antigamente fragmentada nas localidades de Vilares de Cima e Vilares de Baixo, a origem da freguesia remonta ao período suevo, tendo sido posteriormente povoada. Desde o século XVIII, que a localidade integra os lugares de Colmeais, Vilar de Baixo e Vilar de Cima. Além da paisagem envolvente, como o Vale da Vilariça e a Barragem da Burga, e o riquíssimo património habitacional, a freguesia é, ainda, conhecida pelo espólio da sua igreja matriz, com destaque para uma cruz das almas em cobre, do século XV.Já na encosta sul da Serra de Bornes, pode visitar-se a capela de Nossa Senhora do Socorro, de onde se avista todo o Vale até ao rio Douro. Lenda deu o nome à localidade Segundo se conta na freguesia, terá sido a Lenda dos Cavaleiros das Esporas Douradas a dar o nome a Vilares da Vilariça. Reza a estória que os cavaleiros de Alfândega da Fé, entre eles da Vilariça, combatiam os mouros de Chacim numa batalha em que os Cristãos foram ajudados por Nossa Senhora do “Bálsamo na Mão”, actualmente conhecida como Balsamão. Em Vilares de Cima, só haviam sete casas habitadas por sete cavaleiros que eram muito amigos, andavam sempre juntos a combater em nome da Santa Religião. Certo dia, ao regressarem à sua aldeia, os cavaleiros pararam junto a uma capela (que já não existe) a brincar. No meio da diversão, um deles lançou uma espada para um dos seus amigos, matando-o. Perante o sucedido, que lhes trouxe um grande desgosto, os cavaleiros decidiram não voltar a combater. O local onde tudo se terá passado ainda hoje é conhecido como Chã de Fernão Pinto, em homenagem ao cavaleiro que morreu.

HERÁLDICA

Brasão: escudo de azul, uma roda dentada de navalhas de prata, realçada de negro, entre sete esporas de ouro, postas em pala, realçadas de negro e alinhadas em orla. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «VILARES de VILARIÇA».



Bandeira: branca. Cordão e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro.









Selo: nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Vilares de Vilariça - Alfândega da Fé».